Nestes tempos incertos,
em que todos parecem atrasados,
correndo atrás de algo que não sabem o quê,
parece que vivemos em função
de algo que não podemos ver,
nem sentir,
mas que por ironia da evolução,
pensamos que podemos medir.
Temos hora para o dentista,
hora para o médico.
A hora do analista,
e a hora do remédio.
Vivemos atrás de preciosos segundos,
mas estamos atados a essa tal de hora.
Ela possui tudo o que temos.
Ah, e se perdemos a hora, que desespero!
Nos apressamos, xingamos, atropelamos.
Temos a hora do almoço, a hora do jantar,
A hora de levar o carro para revisão, a hora de transar
Temos hora para brincadeiras, hora pro perdão
Até hora para chegar em casa a menina tem.
E o marido também.
Fica essa confusão. Nós temos as horas ou as horas nos têm?
Mas a hora que é comum a todos,
essa inxoravelmente há de chegar,
nem um segundo a mais nem um a menos.
E ninguém sabe a que horas por fim chegará,
a sua hora.
Um comentário:
é, mocinho, nossos ponteiros estão sintonizados até nas escritas, mesmo sem hora marcada...isso que é amor, a cada instante, a cada batimento do relógio chamado coração.
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