Amigo,
Nunca fomos apresentados mas você me conhece muito bem
Parece que você está em meu peito, cantando palavras para minha própria voz.
Mas como, como pode saber meus amores, meus medos, minhas alegrias? Você já enxugou minhas lágrimas, mas nunca me viu.
Deve ser a sua imaginação. Ou a minha.
segunda-feira, setembro 12, 2011
quinta-feira, setembro 01, 2011
Adeus
E se não existir Deus?
E se nada tiver um sentido?
Não há alma, nem destino.
Apenas somos.
Nascemos, padecemos, morremos.
Não há metafísica nem teofania.
Nada.
Apenas nós.
Sozinhos num deserto de sentido,
somos ainda menores do que em contraste com Deus.
Ele não há.
E o mundo fez-se por si só.
O que nos trouxe a este mundo, neste tempo?
O acaso?
Você, aquele pernilongo e a camélia.
E quem trouxe mais ao mundo?
E se Deus não existe, por que há ideologia?
Por que bem ou mal ou arte ou amor ou ódio?
Me explique, até onde vai sua compreensão?
Se há uma explicação na formação do universo,
Deve haver uma para a sua consciência.
O que é você? Você apenas é?
Essa definição já pertence a Outro.
Mais bolhinhas
Inspirado em: http://veudeletras.blogspot.com/2011/01/bolhinhas.html
Eu também as vejo, suas mil cores e seu delicado voar. Elas nascem como nós, de um sopro. E como nós, vivem a vagar sem rumo, com destino de se acabar em lágrimas sobre chão.
Eis que vejo a bolhinha, não conheço sua estrutura, outros hão de descrevê-la melhor. Mas sinto sua fragilidade e temo pelos sonhos jogados ao vento, meus desejos protegidos por uma frágil película de esperança.
Não se pode tocá-la, nem conduzí-la. Como a um filho, só nos cabe espiar. Mas as bolhinhas são redondas, disso eu sei, não têm princípio nem fim, perfeitas e eternas.
Guardo em mim a dúbia vontade de estourá-la ou de apenas contemplá-la. Quem sopra amor e dá forma à bolha, o que quer? Vê-la nascer ou padecer? O que realmente nos fascina, a vida ou a morte da bolha de sabão?
Eu também as vejo, suas mil cores e seu delicado voar. Elas nascem como nós, de um sopro. E como nós, vivem a vagar sem rumo, com destino de se acabar em lágrimas sobre chão.
Eis que vejo a bolhinha, não conheço sua estrutura, outros hão de descrevê-la melhor. Mas sinto sua fragilidade e temo pelos sonhos jogados ao vento, meus desejos protegidos por uma frágil película de esperança.
Não se pode tocá-la, nem conduzí-la. Como a um filho, só nos cabe espiar. Mas as bolhinhas são redondas, disso eu sei, não têm princípio nem fim, perfeitas e eternas.
Guardo em mim a dúbia vontade de estourá-la ou de apenas contemplá-la. Quem sopra amor e dá forma à bolha, o que quer? Vê-la nascer ou padecer? O que realmente nos fascina, a vida ou a morte da bolha de sabão?
quinta-feira, agosto 11, 2011
Encontro
Nossos olhares se equilibraram na balança do destino.
Qual a probabilidade, quais as consequências?
Vi tua alma, tu viste a minha.
E se um sorriso permitir, verei mais, sentirei tudo.
Qual a probabilidade, quais as consequências?
Vi tua alma, tu viste a minha.
E se um sorriso permitir, verei mais, sentirei tudo.
sexta-feira, julho 08, 2011
O lápis e a mão
O lápis e a mão
dançam a poesia relutante.
Prendem-se um ao outro
na simbiose dos sentidos.
Riscam projetos, percorrem o branco
até onde mais não podem.
O lápis e a mão
brigam,extenuando nervos,
desgastando a matéria
tentam dar voz à alma.
O lápis e a mão
seguem uma linha imaginária
partindo do coração, virando razão.
Companheiros cansados, o lápis e a mão,
criam amores, destroem lares, causam guerras
expõem feridas, machucam, curam, redimem,
choram.
Que poder detêm o lápis e a mão!
O poder de transformar-me em palavras, grafite e pó.
dançam a poesia relutante.
Prendem-se um ao outro
na simbiose dos sentidos.
Riscam projetos, percorrem o branco
até onde mais não podem.
O lápis e a mão
brigam,extenuando nervos,
desgastando a matéria
tentam dar voz à alma.
O lápis e a mão
seguem uma linha imaginária
partindo do coração, virando razão.
Companheiros cansados, o lápis e a mão,
criam amores, destroem lares, causam guerras
expõem feridas, machucam, curam, redimem,
choram.
Que poder detêm o lápis e a mão!
O poder de transformar-me em palavras, grafite e pó.
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