Só existe a melancolia.
Só entra a tristeza
As palavras guardam-se para si
A inspiração transforma-se em um expirar cansado
O vazio resta.
Novamente me deito sobre ele, a antimatéria
Que desintegra até a luz divina numa explosão
Cega a estrela, transborda o infinito.
Nada faz sentido, nada convence
Nada é suficiente
O bom, o ruim, o mal, tudo desvanece
Resta o ser, ínfimo perante a dor carnal
Infinito em dúvida, perdido enfim.
Onde está Deus?
Em mim? Em Si?
É simplesmente ou ainda será
Parte que me amarra ao infindável
Ou que me liberta da finitude?
Por que há de haver o laço e aliança
Melhor seria sermos um
Nada me faltaria
Nada teria
Nada seria
E tudo, tudo se resumiria
Num mero olhar
Eterno olhar
A nada enxergar
Onde somem alegria, tristeza, prazer e dor
Vaidade, orgulho, humildade e valor
E que reste apenas a melancolia
Divina, o tudo saber, o tudo poder
E por compromisso assumido
Escritura assinada, bondade abismal
Nada fazer,
Senão olhar e quem sabe
Chorar
Lágrimas atemporais.
E em mim, esta tempestade persiste.
Por quê?
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