Quero voltar a sentir. Quero voltar a viver.
Caminho pensando em superfície. Ando pelo chão.
Não atinjo mais o inferno. Muito menos o céu.
Meus vôos cessarram. Meu rastejar cansou.
Meu coração não está mais vazio. Minh’alma está.
Pelo fogo, pelo vento e pelo nada, liberdade.
O que é amar? É sofrer. Ou por não Ter ou pela ausência da ausência.
É disso que sofro. Sinto falta de sentir-me vazio. Quão paradoxal é o espírito. Espreita a felicidade, bulina e consome. E acaba em si, no desejo, no querer.
Qual a essência da mediocridade? A felicidade? Determinismo puro, convincente.
Como criar algo se não tenho o que criar para meu espírito? Quero a dor. A minha dor solitária, causada por mim para mim. Assim me supero, assim sou.
Medo. Eis ele aí novamente. Meu medo é meu. É de mim.
Medo é uma potência. Inesgotável e reciclável. Some um, aparece outro. Ai, sofrer...
Agora contemplo que não existe objetivo para uma vida. Viver é padecer em desejos e anseios.
Acalantado meu coração, resfria meu espírito.
Sorte dos fracos e dos levianos. Eles vivem, eles gozam. Um gozo baixo, mas um gozo. Um gozo que recuso e que me enoja. Sorte deles, que vêem ouro no cobre. Que vêem nobre no tolo. Que se perfumam com o podre. Sorte.
Meu podre é meu demônio. É vazio e insípido. Não cheira, não fede, não sente. Apenas fere.
Um comentário:
oi, radicais livres (moab e gabriel).
passando para dar um oi.
[]s
Postar um comentário